Se houver dióxido de carbono excessivo, os peixes marinhos podem exibir sinais de desorientação semelhantes a um ser humano bêbado.
Esse estado é chamado de hipercapnia. 8.2 era o pH médio da água do mar não muito tempo atrás, mas agora é algo próximo de 8.1, devido o aumento do CO2 atmosférico causando a acidificação do oceano. O CO2 pode concentrar-se na corrente sanguínea de peixes marinhos, e eles acabarão por sofrer os efeitos da hipercapnia devido em grande parte à respiração inadequada (oxigênio não suficiente para chegar até o cérebro e órgãos). Peixes que sofrem destes males apresentam sinais de desorientação e falta de discernimento; eles perdem o senso de direção e também se tornam excessivamente encorajados, perdendo o medo saudável dos predadores. Essencialmente, eles agem como bêbados.
Em peixes marinhos, a hipercapnia começa a manifestar os efeitos quando o pH cai abaixo de 8,0. Quando o pH cai abaixo de 7,8, que é o pH da água do mar esperado em 2100, um estudo recente prevê que até metade dos peixes marinhos serão afetados pela hipercapnia. Embora a ideia de peixe “bêbado” soe engraçado, isso vai causar problemas sérios e abrangentes para os ecossistemas aquáticos em todos os lugares. Ter peixes incapazes de navegar ou detectar predadores é algo que irá alterar radicalmente os oceanos do mundo.
Aquário “bêbado”
Muitos aquaristas experimentam pH baixo em seus tanques por causa de níveis elevados de CO2 (comum em casas) ou do uso de reatores de CaCO3 + CO2. Os aquaristas que utilizam esse método para a liberação de cálcio, muitas vezes têm tanques com pH variando entre 7,8 a 8,0. Embora os peixes em cativeiro não tenham de se preocupar com predadores ou encontrar seu caminho percorrendo grandes distâncias, eles ainda podem ficar continuamente embriagados de hipercapnia.
É recomendado elevar o pH a um patamar mais natural: 8,1 a 8,3. Os aquaristas podem fazer isso simplesmente abrindo janelas para a entrada de ar fresco no quarto, usando purificadores de ar de CO2, ou tentando equilibrar os reatores de cálcio por meio de aeração ou usando algum carbonato de cálcio para efeito de tamponar o pH.
Fonte: Advanced Aquarist, “Fish can get “drunk” on CO2″