A Palitoxina, é um dos venenos mais potentes conhecido no mundo e está presente na maioria dos aquários marinhos!
O que é Palitoxina?
A palitoxina possui fórmula C129H223N3O54, massa molecular de 2680,14 g.mol-1 e densidade de 1,378 g/cm3 (variando de espécie para espécie). É branca, amorfa, higroscópica e ainda não cristalizada. Essa toxina esta presente no muco da cavidade interna dos corais Zoanthus e Palythoa, podendo ser expelido em forma de jato quando o coral é cortado para produção de mudas. Em contato com os olhos ou mucosas pode causar graves ferimentos ou levar a morte. Estudos dizem que um décimo do peso de um grão de arroz da Palitoxina, injetado por via intravenosa, mataria um homem de 90kg.
Embora a Palitoxina não tenha efeito sobre os vermes, crustáceos e peixes, que se alimentam dos zoantídeos, a toxina pode bioacumular-se e causar intoxicação nos seres humanos após o consumo de peixes e crustáceos (Deeds 2011, Gussow 2014, Schemmer 2008). Geralmente, a Palitoxina é letal se ingerida ou injetada. O contato com a pele ou os olhos, ou por inalação, é perigoso e ainda requer atenção médica de urgência (Deeds 2010; Tartaglione 2016).
Muitos aquaristas não sabem, mas o Zoanthus possui a Palitoxina, uma molécula realmente grande e com “poderes” também proporcionais. Na internet é possível encontrar diversos relatos sobre contaminação com a Palitoxina. Em 2007, um homem de Woodbridge, na Virgínia, foi levado às pressas para o hospital depois de ter inalado um dos venenos mais mortais do planeta. Ele não foi vítima de um ataque terrorista, ele não estava trabalhando em um laboratório de risco biológico… ele estava apenas limpando o aquário! Isso aconteceu após o aquarista ferver uma rocha onde existia uma colônia de Zoanthus. Existe um relato onde o aquarista deixou uma rocha com alguns Zoanthus no chão da sua casa, seu cachorro de estimação lambeu a rocha e caiu morto instantaneamente.
Porem a maioria dos relatos são de aquaristas atingidos nos olhos após a manipulação e a produção de mudas de Zoanthus, Palythoa e Mushroon. Nestes casos normalmente o aquarista perde a visão ou tem a visão prejudicada gravemente.
Como evitar a contaminação por Palitoxina
É possível fazer mudas de corais com segurança, então vamos a algumas dicas:
1. Isole totalmente o local de trabalho: nada de crianças, pessoas, gatos ou cachorros, apenas você e ninguém mais;
2. Utilize luvas, óculos e proteção respiratória;
3. Ao fim dos trabalhos, limpe o local com muito rigor.
Caso ocorra a contaminação por Palitoxina
1. Lave o local com água corrente o máximo possível, segundo o relato de um aquarista, ter lavado os olhos em água corrente foi um processo extremamente doloroso, porem isso salvou sua visão;
2. Avise um amigo ou familiar de sua confiança e diga que você foi contaminado pela Palitoxina;
3. Escreva em um papel (Palitoxina) e coloque no bolso. Existem relatos dizendo que após 15 minutos a contaminação, ocorreu perda de sentidos;
4. Procure imediatamente atendimento médico, que deverá ser feito com uma bela dose de coquetéis anti-alérgicos e etc.
Além de todos os cuidados, é muito importante que todo aquarista tenha conhecimento sobre o assunto. Normalmente essas informações não são passadas após a venda desses corais. Informar outros aquaristas é obrigação de lojistas e hobbystas.
O conhecido aquarista Daniel Machado teve um acidente recentemente (08/04/2017) e nos relatou logo abaixo o seu caso
[box type=”note” align=”” class=”” width=””]Coral manuseado: Leather, porém na base do coral tinha Palythoa.
Principais sintomas: Ardência, coceira, dor e secreção nos olhos.
Apesar de ter pleno conhecimento da existência da mesma, dos riscos envolvendo o manuseio de Palythoas e do procedimento correto a se adotar fui negligente o suficiente para coçar os olhos com resíduos da “baba” nas mãos. O resultado é bem didático, e envolve dois dias de agonia (até agora) e uma lesão leve nas córneas, que está sendo tratada com colírio medicamentoso e lubrificante ocular.
Então… fica a dica, crianças.[/box]
Imagens do próprio Daniel Machado
Indicação de leitura: Como lidar com os riscos no aquarismo?