Três novos Geophagus foram descobertos no nordeste brasileiro.

O grupo do gênero Geophagus, dos populares Carás ou Papa-terra, são comumente encontrados por toda região de mata atlântica desde o nordeste brasileiro até o Uruguai. Mesmo sendo peixes resistentes ainda são ameaçados pelo fato da mata atlântica estar em situação extremamente delicada. São peixes agressivos e territoriais. Seu nome popular de papa-terra se da pelo fato de abocanharem e peneirarem porções de substrato em busca de alimento como crustáceos, peixes, matéria orgânica e vegetal.

Geophagus rufomarginatus sp. n.

Espécie encontrada em Porto Seguro, na beira da rodovia BA-001 em um rio da bacia do Rio Buranhém. É diferenciado das outras espécies do grupo por seu padrão de cores, além da análise genética que comprovou tal distinção. Seu nome deriva do latim marginatus (margem, borda) and rufo (vermelho), uma alusão a coloração de sua nadadeira dorsal.

Geophagus rufomarginatus

Geophagus rufomarginatus (© J.L.O. Mattos.)

Geophagus multiocellus sp. n.

Espécie encontrada no município de Guaíra no estado da Bahia, no rio Cambiriba na porção média da bacia do Rio de Contas. Pode ser distinguido pelo seu padrão de cor distinto e por análise de DNA que confirmou a distinção. Seu nome vem do latim multum (muitos) e ocellus (pequenos olhos, joias), uma alusão às pequenas pintas e manchas azuis brilhantes presentes no centro de sua nadadeira caudal.

Geophagus multiocellus

Geophagus multiocellus (© J.L.O. Mattos.)

Geophagus santosi sp. n.

Espécie encontrada no município de Ituberá na Bahia, em um afluente do rio Mariana, rio vítima de um dos maiores desastres ambientais do mundo. A espécie se difere de outros congêneres pelo seu padrão de cor e pelo seu perfil do peitoral reto e não curvo, além de outras características morfológicas e confirmação por análises de DNA. Seu nome é uma homenagem a Alexandre Clistenes Alcântara Santos, ictiologista dedicado ao estudo de ecossistemas aquáticos do nordeste do Brasil.

Geophagus santosi

Geophagus santosi (© J.L.O. Mattos.)

Mais informações em: https://doi.org/10.3897/zse.94.22685 por José L.O. Mattos, Wilson J.E.M. Costa.