Quando não está dentro d’água, o nadador Ítalo Manzine aproveita o tempo de folga olhando para ela. Apaixonado por água desde criança, o velocista brasileiro não se contenta apenas com o contato dentro da piscina. Há quase dois anos, quando adotou como hobby a função de aquarista, passou a admirá-la por um novo ângulo. O mineiro de 24 anos tem encontrando em seu enorme aquário, e nas dezenas de peixes que vivem nele, o refúgio ideal para aliviar a tensão na reta final para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
“É mais por hobby mesmo. Às vezes a TV está ligada, mas eu nem estou assistindo, fico só olhando o aquário. Distrai bastante. Acontece muita coisa ao mesmo tempo, fico um tempão olhando o aquário, entro quase em hipnose. Acho que desliga mesmo, é relaxante. Dá uma sensação de paz” – explicou o nadador, que superou o campeão Cesar Cielo e conquistou a vaga olímpica nos 50m livre, na seletiva brasileira, em abril.
Parece mentira, mas a primeira coisa que Ítalo pensa em fazer depois de horas de treino dentro da piscina é ir para casa e ficar olhando para 150 litros d’água. Observar e cuidar do seu enorme aquário de água doce, que ocupa boa parte da sala de seu apartamento em Belo Horizonte, passaram a fazer parte da rotina de Ítalo desde o fim de 2014, quando ganhou o presente do amigo Felipe Martins, companheiro de clube e também aquarista.
“Gosto um pouquinho de água. (risos) Água não enjoa, pelo menos não para mim. Eu sempre gostei muito de aquário. Quando o Felipe falou que comprou um marinho, perguntou se eu queria o dele de água doce. Tive que aceitar a proposta. Aí fui montando aos pouquinhos. Não me dá muita dor de cabeça não. Só a limpeza do filtro, que é de 15 em 15 dias, que dá um pouco mais trabalho. De resto, é só a reposição da água, alimentar os peixes três vezes por dia, e aparar as plantas.”
Apesar da modéstia, o conhecimento de Ítalo fica evidente quando ele começa a disparar detalhes sobre as mais de dez espécies de peixes que tem em casa, sobre os tipos de plantas e o cuidado com elas, sobre a importância da temperatura e filtragem d’água e até sobre as doenças mais comuns e como identificá-las.
Tanto conhecimento em pouco tempo de experiência com aquários vem da curiosidade do nadador. Ítalo costuma pesquisar na internet sobre peixes e plantas, além de trocar informações com outros aquaristas, em um grupo de Whatsapp com cerca de 200 participantes. No futuro, depois da sua estrela olímpica na Rio 2016, o velocista tem como meta se aprofundar ainda mais no assunto.
“Eu pretendo montar um marinho ainda. Vai ficar um aquário do lado do outro. Mas é um projeto mais ambicioso. Aquário marinho dá um pouco mais de trabalho, tem que estudar. Tenho que aprender bastante ainda, estamos lidando com a vida dos peixes.” Finalizou.
Fonte: Globo Esporte