A espécie de peixes blênio, que vive na Oceania, desenvolveu uma técnica para fugir dos predadores.
De acordo com uma teoria testada pela equipe da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, conduzida pelo cientista Terry Ord, o peixe da espécie blênio desenvolveu uma forma de sobreviver fora d’água para não servir de alimentos para outros peixes, como o linguado e o peixe-leão. No teste foram usadas barreiras que impediam o animal de ir para a superfície e quando a maré baixou novamente, os peixes apresentaram machucados, comprovando a teoria do cientista.
Terry teve um estudo publicado pelo The American Naturalist, onde fala do comportamento anfíbio da espécie. Observou que durante a maré baixa, nas águas do Pacífico Sul, os blênios podem ser vistos nadando em piscinas naturais, que se formam nas rochas, pelas bordas da ilha. Porém, em maré alta eles são encontrados em rochas secas, onde ficam para fugir de seus predadores. A adaptação fez do mundo terrestre o lugar perfeito. É seguro, tem muitas algas nos rochedos para se alimentarem e também aproveitam para se reproduzirem, já que ali é o ambiente perfeito, com tocas para os ovos e bactérias.
No estudo feito pela Universidade de Nova Gales do Sul, os anfíbios de blênios que fizeram a transição completa seguem respirando com as brânquias, mas desenvolveram barbatanas nas caudas que lhes permite pular de rocha para rocha.
“Se você nunca olhar sobre a cerca, você nunca vai saber que a grama é mais verde. No entanto, se você for forçado ao outro lado para escapar de algo, você pode perceber que tem benefícios adicionais e quer ficar lá e se adaptar”, afirmou o cientista Terry Ord à New Scientist.
Por isso, caso você veja um peixe fora d’água, não significa que ele está morrendo. A espécie já evoluiu muito em 400 milhões de anos e alguns casos de peixes terrestres já foram registrados antes.
Fonte: Notícias UOL.