Segundo cientistas, peixes não são indicados para ajudar na luta contra o Aedes aegypti.
Uma carta publicada na revista cientifica “Science”, critica o uso dos peixes para o controle do Aedes aegypti. Transmissor de doenças como: dengue, Zika Vírus, febre amarela e febre Chikungunya, existe uma grande preocupação mundial em como exterminar o . Dentre todas as possíveis formas, peixes, especialmente o Poecilia reticulata ou apenas Guppy, eram uma opção de ajuda ao combate. Porém, no inicio da semana, cientistas, incluindo brasileiros e estrangeiros, se mostraram contra o uso deste método.
“Diversos municípios brasileiros têm encorajado o uso de espécies não nativas do gênero Poecilia como forma de controle do Aedes aegypti, uma vez que eles comem suas larvas. Essa estratégia é equivocada”, escreveram os pesquisadores na carta, cujo principal autor é Valter M. Azevedo-Santos, do Laboratório de Ictiologia, Departamento de Zoologia, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu (SP).
Estratégia equivocada para o controle do mosquito
Leia na integra o que o cientista diz:
Aedes aegypti, um mosquito nativo da África, recentemente se tornou vetor de Zika, Chikunguya e Dengue para humanos no Brasil. Em resposta, diversos municípios brasileiros encorajaram uma estratégia atípica, o uso de peixes não-nativos (Poecilia spp.) para controlar o Aedes aegypticomendo as larvas que se desenvolvem na água. Essa estratégia recebeu uma má orientação. Introduzir espécies não-nativas em ambientes aquáticos brasileiros já teve impactos negativos a sua biodiversidade. O uso de espécies não-nativas para controlar outros organismos não-nativos pode levar a consequências inesperadas, quando as interações entre espécies invasivas pode levar o ambiente a se tornar mais vunerável a uma invasão secundária. Se os reguladores locais insistirem no uso dos peixes para eliminar a população dos mosquitos, eles deveriam escolher algo nativo da diversa fauna aquática brasileira. No entanto, a eficácia deste controle com peixes ainda é questionável. As autoridades brasileiras deveriam buscar alternativas ambientalmente corretas para controlar esse tipo de epidemias (ex: vacinas) para suprimir o Aedes aegypti (ex: controle sanitário), ao invés de encorajar o uso de espécies não-nativas ao meio-ambiente. [1]
O Texto é assinado por Valter M. Azevedo-Santos, Jean R. S.Vitule, Emili García-Berthou, Fernando M. Pelicice e Daniel Simberloff. Leia na integra – DOI: 10.1126/science.351.6274.675
A reportagem (vídeo abaixo) mostra que “Pesquisa aponta que o peixe Platy é o mais eficaz contra a dengue“. É exatamente o que os cientistas estão sendo contra, o Platy (Xiphophorus maculatus) é de origem no México e Guatemala, logo é considerado um peixe exótico para a nossa fauna.
O peixe platy é o novo aliado contra a denguePesquisa aponta que o peixe Platy é o mais eficaz contra a dengue. https://www.aquaa3.com.br/2015/12/pesquisa-aponta-que-o-peixe-platy-e-o-mais-eficaz-contra-a-dengue.html
Publicado por Aquarismo AquaA3 em Quarta, 16 de dezembro de 2015
Segundo os cientistas, barrigudinho, como é popularmente conhecido, é considerado invasor, já que se prolifera rapidamente. Além disso, ele pode comer ovos de outras espécies e transmitir vermes para os nativos, afetando assim, a biodiversidade dos rios e lagos, e diminuindo a presença de espécies naturais. Diante dessas consequências, o ambiente se torna mais vulnerável a invasões secundárias.
O peixe-mosquito (Gambusia affinis), é nativo da América do Sul (incluindo a Amazônia brasileira, mas não o resto do país) e do Caribe. É pequeno, podendo as fêmeas chegaram a 6,0cm e os machos a apenas 3,5cm. Hoje em dia é um animal popular e encontrado facilmente, inclusive em aquários domésticos.
Se os políticos locais insistirem no uso de peixes para abater a população de mosquitos, eles devem escolher entre a rica diversidade de espécies aquáticas do Brasil. No entanto, a eficácia de controle de mosquitos por peixes é questionável.
Conclui a equipe, que incluiu os professores Jean R. S. Vitule, da Universidade Federal do Paraná e Fernando M. Pelicice, da Universidade Federal de Tocantins.
[box type=”note” align=”” class=”” width=””]Popularmente se usa o termo “barrigudinho” para duas espécies 1. Phalloceros caudimaculatus e para 2. Poecilia reticulata. A primeira é endêmica do sul da América do Sul . Esse peixe é facilmente encontrado em rios e riachos das bacias de Mata Atlântica, distribuídos do Rio de Janeiro ao Uruguai. A segunda espécie mais comum em aquários (Lebiste ou Guppy) é nativa da América Central, também ocorrendo na bacia Amazônica, e este sim é um invasor potencial das bacias mais ao sul do país. Nota enviada pelo o leitor Fernando Jeronimo.[/box]
Referências
- Tradução do texto por Fábio Correia
- Folha de São Paulo, “Cientistas brasileiros criticam uso de peixe contra larvas do aedes“.
Phalloceros caudimaculatus é eficaz, pois é voraz, rustico e ágil! Muitos lhe dão pouca importância por sua coloração!